Mother (Mãe) - Análise do FIlme
Filme: Mother (Mãe)
Direção e Criação: Darren Aronofsky
Por: Andrei Ludescher; Marcelo Nascimento; Pedro Porto; Davi Borges
Essa
crítica contém muitos spoilers, então
se você não viu o filme “Mãe”, é aconselhado que veja antes de ler esta crítica.
O
filme divide opiniões por ser uma grande metáfora. Aqueles que não entenderam
provavelmente detestaram e aqueles que tiverem mais paciência, sensibilidade e
senso crítico foram consideram o longa como uma obra-prima.
O
diretor Darren Aronofsky não poupou o comportamento social em nenhum aspecto
quando resolveu arquitetar “Mãe”. Ele retratou com inúmeras metáforas e
analogias, uma sociedade vaidosa que se apoia em um Deus para não assumir suas próprias
falhas.
Ravier Barden faz o papel de Deus no filme, um
ser vaidoso que cria a humanidade para venerá-lo, em troca de poesias, fazendo
referência ao famoso texto sagrado cristão, “A Bíblia”. Já Jannifer Lawrence
faz o papel da Mãe Natureza (dando nome à obra). Ela é a criação de Deus para
gerar vida e servir de lar para humanidade que, aos poucos, vai destruindo sua
própria casa. A questão é que Deus permite que a natureza seja destruída, desde
que ele continue sendo adorado. Não importa o que as pessoas façam, ele tem o
profundo e constante objetivo de ser reconhecido como criador e piedoso gestor
em meio a sua falsa modéstia. O filme se torna incrível quando notamos que Deus
nada mais é que um reflexo da sociedade, ao mesmo tempo que ele cria, ele é
criado para suprir a vaidade de uma sociedade que quer ser protagonista em
diversas tribos.
É a mesma proposta de um torcedor fanático que
precisa do seu fanatismo para se sentir protagonista em uma vida que não se
preenche com verdades, e pior, este também não se responsabiliza pelo próprio
comportamento, se apoiando em um fanatismo irracional para justificar e abraçar
suas próprias carências, sem precisar do mínimo esforço para evoluir como ser.
Em outras palavras, Darren Aronofsky faz uma crítica ao fanatismo religioso que
limita o ser como ser, mais uma publicidade que mente, engana e se passa por
benevolente. Deus se torna um produto vendido para justificar uma existência
que carece de ensinamentos e questionamentos mais brandos e justos.
No
mais, o filme sugere diversas passagens bíblicas, representando personagens
como Adão e Eva que são expulsos do paraíso por comerem o fruto proibido; seus
filhos Caim e Abel; o filho de Deus, Jesus Cristo, que é literalmente consumido
pelas pessoas. Tudo isso exposto com metáforas sutis e ao mesmo tempo
agressivas, ao longo do filme.
É um
filme para questionar o que estamos fazendo com a Natureza que nos abriga e com
nossa própria existência, o que somos e o que estamos sendo.
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